terça-feira, 15 de novembro de 2011

Desabafos mafaldinos



"Há outonos difíceis e primaveras distantes, que bordados na nossa vida, embelezam  a tapeçaria e dão cores singulares ao presente!"
                                           Célia Mafalda Oliveira

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

E sempre será Coimbra!

   Quando eu partir da Terra, não quero choros nem lamentos: só a música embalará a minha alma!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Para uma grande amiga de há já uns anos...


À Susi

Nem a distância apaga
O teu sorriso apaziguador
Que mitigou a imensa dor
Trazida à minha alma,
Em momentos tão derradeiros
Em que a certeza era partir
Sem se pensar no devir
Tentando só esquecer
Aqueles tão frios janeiros…

E adivinhavas a minha solidão
Mesmo nos teus alegres momentos
E alimentavas o meu estômago
Aniquilando os meus tristes pensamentos…

Como poderia esquecer
Quem me ressuscitou um dia?!

Nem que venha o anoitecer,
E a minha vida se apague,
Levarei a tua doce lembrança,
O teu sorriso puro de criança,
Ficarás junto da minha alma,
Entre gladíolos e uma palma,
Enfeitando o meu ser,
Que tanto teimou em desaparecer
E a quem disseste outrora:
“Não, não a deixarei morrer!”

Ab imo corde, gratias tibi!                     julho de 2011

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Para todos os que gostam de mim!


Partida

Parti com o sol
E levei a saudade também!
Nesse instante,deixei a chuva
Lavar-me o rosto e vim, só e triste,
Só e sem mais ninguém!

Mas há claros sorrisos
Que ficaram no coração,
Trouxe comigo tantos risos
Que guardo com devoção,
Juntinho à minha alma,
No meu baú da emoção…

Por seu lado, Éolo,
Rei dos ventos e vendavais,
Ordenou-lhes que se soltassem
E fustigassem os pobres mortais.
É que a bela Natureza
Tem direito a revoltar-se
E há partidas terrestres
Que a levam a desgostar-se!

E Vulcano soltou os raios,
Iluminou a Terra com trovões,
Indignou-se com a Vida,
Lançou faíscas aos milhões…

Depois foram as nuvens,
Saturadas e inquietas,
Que lançaram ruidosas águas
Há tanto tempo dadas como certas.

Irmã da arrojada procela,
Fui hoje outra vez agora
A imagem daquele outrora,
Tatuado no meu pensamento,
Na mágoa e no meu olhar,
Enganando o real momento,
Pensando no amanhã,
Em que o doce sorriso,
Feito de mil cores,
Terá de brilhar então
E iluminar outros olhos
E dar paz ao coração…

Parte, vai com as estrelas…
Sempre tão belas, tão belas…

Coimbra, 27 de outubro de 2011

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Um Dia

Deixa de me matares em vida,
Deixa em morte eu ressuscitar,
Deixa que o vento me leve,
Deixa de na presença te ausentares!

Deixa que a leve suave brisa,
Que baila nos meus cabelos,
Se apaixone pelos meus olhos,
Me deixe em sonho viver!

Deixa que a alva Lua Cheia
Me venha em segredo visitar,
Me torne sua filha,
Me leve ao Céu viajar.

E como serei um dia
Apenas uma estrela a brilhar
Deixa que o tímido Sol
Me leve ao Olimpo passear.

Não amargues tristes dias
Não prendas carinhos vãos
Não desates amarras soltas
Não amadureças pomes sãos,
Trilha as tuas encruzilhadas
E larga machucadas mágoas vãs,
Não ilusiones falsas palavras,
Deixa a Esperança em coloridas lãs!


7 de Outubro de 2011

sábado, 6 de agosto de 2011

Apreciar o mundo que nos cerca...

   Sim, fica mesmo aí! Aí mesmo! Será desse recanto que conseguirás ouvir a Natureza.
   Não, não enlouqueci! É que a vida é mais do que "consumismo desenfreado". Tiveste comida hoje? Fantástico! Tiveste saúde hoje? Maravilhoso! Deixa de te apoquentares com "ninharias" e aprecia o que te rodeia. Serás sempre a infatigável formiga que se delicia ao ouvir o canto da cigarra!
   Estejas onde estiveres, vive e sê feliz! Seguir Epicuro é também trilhar o caminho dos Estóicos! Nada em excesso (já dizia Sólon)!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sorriso no entardecer

No entardecer multicolor,
uma cor se salientou:
foi o meu sorriso de framboesa
que, hoje,  ao mundo voltou!

E rasgaram-se veros olhares
e brilharam os  anelados cabelos
embrulhados em marfim,
e os sonhos repousaram
nas  suas torres de cetim…
E, nesse momento, o Sol
nem queria se esconder:
tivera visto uma imagem
que teimara em não aparecer.

Não creias, Sol ardente,
que seria a Lua a brilhar,
 era apenas uma mortal
que resolvera te cativar!

13 de Julho de 2011

terça-feira, 28 de junho de 2011

Recordar Coimbra faz tão bem!

Hoje, é daqueles dias em que, bem ao jeito de Fernando Namora, temos todo o peso do mundo nos nossos ombros... E nem a débil saúde ajuda...
Por isso, houve que ser Sísifo e continuar, mesmo tropeçando nas pedras que teimam em pôr à nossa frente. Existiram, no nosso passado, momentos inesquecíveis, que nem Mnemósine poderá olvidar. É que, para além dos deuses e dos heróis, há os Fados que tudo controlaram  na Antiguidade Clássica e há o Fado de Coimbra.

E nós estivemos lá, mesmo nas escadas da Sé Velha! E isso ninguém poderá apagar!



Ad Memoriam

domingo, 19 de junho de 2011

Mas...




Há sempre um "mas" que nos impede! Mas quem nos lê? Mas quem se interessa? Mas... E, se...
Os dias vão passando, as horas vão estreitando os minutos e já nem os segundos têm coragem para bradar. E tanto que temos para dizer, tanto que já escrevemos, tanto que temos guardado e nunca mostrámos!
Talvez, algures, nenhures, iremos. Quiçá!

domingo, 8 de maio de 2011

Demanda

Não Vás

Não deixarei que vás!

Não deixarei!


Mas, se teimares muito

e fores deveras audaz,

eu estarei à tua espera

e sempre te amarei.


Não corras nessa praia,

onde o mar te cerca,

não guardes esse búzio,

onde o mar se encerra.


E no castelo de areia

nem te escondas

nem te refugies,

há uma praia mais além

com um imenso sol vivaz,

por isso, ouve-me uma vez mais:

- Não! Não vás!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Passados quatro anos, a mesma mensagem e o mesmo Amor!

Para o Patrício

Pois é, MEU QUERIDO, à meia-noite, as guitarras de Coimbra vão começar a trinar para anunciarem que a tua primeira Queima chegou! Vive-a, goza-a e ama-a, serão momentos únicos que nunca mais esquecerás! E lembra-te que o trinar, neste ano, também é para um HOMEM EXCEPCIONAL: TU, MEU FILHO!

Beijinhos

terça-feira, 26 de abril de 2011

O sorriso da minha infância


Após quase vinte anos, avistei um olhar transbordando felicidade e deparei-me com um sorriso puro, genuíno e confiante. Então, de repente, revivi momentos da minha infância, quando o tempo era do Desconhecido e do Misticismo. Tinha reencontrado a Sr.ª Olinda!
Voltara à minha meninice e as palavras galgaram as margens do Tempo e mostraram-se. Tínhamos estado sempre unidas pela amizade e pelo carinho, apesar da diferença de idades ser de quase quarenta anos e as horas da Vida nos terem afastado. Afinal, já a conheço há também quase quarenta anos.
Tantas similitudes num mundo outrora perfeito e agora desfeito. Mas valeu a pena - naquele instante, vivi.

Muito obrigada, Sr.ª Olinda. Será sempre a Sr.ª Olinda, que ajudou a povoar a minha meninice e adolescência!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia Mundial da Poesia


Para celebrar este dia, nada melhor do que "soltar as amarras" a mais um poema mafaldino...


NAVEGAR

Ai! Se tu viesses ver-me hoje à noitinha

quando o mar se acalma

e eu navego… navego… na tua alma

sem cessar até naufragar

no teu corpo e no teu olhar…

naquela hora divinal

quando a noite perde a cor

e por ti grito de dor!...


14 de Fevereiro de 1996