sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Há dias assim...


Amargura…


Quero ir mais além,

porém já não sou capaz,

a doença persegue-me

e é meu capataz…


Que poderei eu fazer,

se um momento é tão pouco

e tenho tanta ânsia de viver,

mas o mais certo é tão louco!


Até há dias em que o respirar

parece uma longa odisseia

e qualquer gesto mais rápido

(ou um sorriso mais aberto)

sugere que somos mortais

e a morte está mais perto.


Quem me dera viver

cem anos ou até mais,

com saúde e vigor,

livre dos meus ais.


Todavia há uma consolação,

um conforto da minha alma,

quando penso nos meus filhos,

pérolas do meu coração,

que em qualquer desaire

são a fonte da minha calma.


Não quero partir já,

nem sequer amanhã ou depois;

teimosamente, hei-de resistir

e mostrar que estou aqui,

lutando até ao fim,

bradando ou gritando,

calando ou silenciando

estas dores que me consomem

e me lembram que hei-de ir,

mas hoje, NÃO, NÃO!

HOJE, fico por AÍ…


17 de Junho de 2010

10h 55min.